Manaus, 18 de agosto de 2025

Pesquisa do PIM mostra as profissões que vão transformar a indústria do amanhã

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“A Indústria 4.0 e a diversificação fabril em direção à floresta não são apenas tendências inevitáveis, mas também oportunidades de transformação econômica e social. Para capitalizar esses avanços, é imprescindível investir em educação, inovação e parcerias que promovam o desenvolvimento sustentável e a inclusão social na Amazônia.”

Na tarde do dia 6 de agosto, um evento significativo reuniu representantes de empresas do Polo Industrial de Manaus, bem como dos setores de educação estadual e municipal, para discutir os resultados de uma pesquisa detalhada sobre as demandas profissionais atuais e futuras do Polo Industrial de Manaus (PIM). Promovido pela Comissão de Recursos Humanos do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (CIEAM), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) e a Associação Brasileira de Recursos Humanos seccional Amazonas (ABRH/AM), o encontro lançou luz sobre as necessidades emergentes em termos de mão de obra qualificada e as expectativas das empresas para a próxima década. Uma demanda gerada pelo conjunto das empresas é a prioridade para talentos, habilidades e capacidades locais.

Premissas e Itens da Investigação

A pesquisa, conduzida por André Ricardo Costa e apresentada com a colaboração de Carla Virginia, revelou insights, no mínimo curiosos, sobre as demandas atuais e futuras do PIM. Garantida pela Reforma Tributária, a indústria da Zona Franca de Manaus já sabe que, até 2073, quando a prorrogação dos incentivos chega ao fim, a diversificação de sua rotina fabril incluirá o aproveitamento sustentável dos recursos naturais e minerais da região. E que essa diversificação, como adensamento, buscará insumos, ativos e bioativos no imenso patrimônio natural da Amazônia, mantendo a floresta em pé e aproveitando com sustentabilidade inovação tecnológica o Eldorado das miragens europeias. Os principais itens destacados incluem:

Imagem gerado por Inteligência Artificial

  • Necessidade de Requalificação: A pesquisa indicou uma necessidade urgente de requalificação da força de trabalho para se adequar às novas exigências tecnológicas. Com o avanço da Indústria 4.0, a automação e a digitalização dos processos produtivos estão transformando as competências necessárias no ambiente industrial.
  • Áreas de Maior Demanda: Tecnologia da informação, engenharia e gestão industrial foram identificadas como áreas com maior demanda atual. Essas áreas são fundamentais para a transição onde processos mais automatizados e eficientes.
  • Impacto da Diversificação Fabril: A diversificação das atividades industriais em direção à floresta, alinhada aos princípios da bioeconomia, já está no radar, destacando a necessidade de novos perfis profissionais voltados para a exploração sustentável de recursos naturais para o médio e longo prazo.
  • Demandas Profissionais Atuais e Futuras: As demandas profissionais identificadas pela pesquisa refletem a evolução do PIM e suas expectativas para a próxima década. Isso significa que a evolução profissional necessária aos novos tempos já está presente nas expectativas, necessidades e providências das empresas.
  • Profissionais de Tecnologia da Informação: Com a crescente digitalização, há uma demanda por especialistas em cibersegurança, desenvolvimento de software e análise de dados. Estes profissionais são essenciais para implementar e manter sistemas automatizados e inteligentes.
  • Engenheiros: Engenheiros com especialização em automação, mecatrônica e robótica são altamente demandados para projetar, implementar e manter sistemas de produção automatizados.
  • Especialistas em Bioeconomia: A diversificação fabril para a exploração sustentável da floresta vai gerar uma necessidade crescente de biólogos, biotecnólogos e engenheiros florestais. Esses profissionais serão essenciais para desenvolver produtos sustentáveis a partir de recursos naturais, sem comprometer o ecossistema amazônico.

Imagem gerado por Inteligência Artificial

Perfis profissionais esperados

  • Capacidade de Adaptação: Profissionais flexíveis e capazes de se adaptar rapidamente às mudanças tecnológicas.
  • Habilidades Analíticas: Competências em análise de dados e resolução de problemas complexos.
  • Conhecimento em Sustentabilidade: Entendimento das práticas sustentáveis e capacidade de aplicar esse conhecimento na exploração de recursos naturais, avaliação da dinâmica do carbono e inventários de ativos ambientais.

Expectativas das Empresas

As empresas do PIM têm expectativas claras para os próximos anos:

  • Educação e Capacitação: Espera-se uma maior colaboração com instituições de ensino para desenvolver programas de formação que atendam às novas demandas do mercado.
  • Inovação: As empresas estão focadas em inovação contínua para se manterem competitivas no mercado global.
  • Sustentabilidade: Há uma ênfase crescente em práticas sustentáveis que sejam capazes de atender às regulamentações, e que possam se colocar verdadeiramente em consonância com os princípios da economia verde.

Demandas e expectativas adicionais

Colaboração com a Educação

indústria está proativa em colaborar com a educação amazonense, buscando que seus colaboradores e líderes sejam, preferencialmente, amazônidas. Houve um tempo em que a maioria dos cargos de liderança no PIM era ocupada por pessoas de fora do estado. Isso se devia à necessidade dos gestores de RH de viajar para outros estados para encontrar mão de obra qualificada. Esse cenário começou a mudar com o aumento extraordinário nos investimentos, produção e empregabilidade no PIM ao longo dos anos 2000.

Resposta das instituições de ensino

Na primeira pesquisa realizada, identificou-se uma grande necessidade de profissionais nas áreas de elétrica e mecânica. Como resposta, os líderes da pesquisa de 2012 apresentaram os resultados às instituições de ensino, demonstrando a necessidade de ajuste na oferta educacional. Ao longo dos anos 2010, as instituições aumentaram consideravelmente a oferta de cursos técnicos e superiores correlatos ao PIM.

Necessidade de ajustes contínuos

Mesmo com o aumento da oferta educacional, ainda são necessários ajustes para lidar com demandas específicas do PIM, derivadas da maior especialização tecnológica e diversidade setorial. As áreas de automação, elétrica e eletrônica, informática e química são as mais demandadas, tanto em nível técnico quanto superior. Conhecimentos específicos em injeção e extrusão plástica, construção naval e processos gráficos também foram citados como necessidades.

Indústria 4.0 e Bioeconomia

É perceptível a preocupação com as novas profissões demandadas pela Indústria 4.0 e pela bioeconomia. A Indústria 4.0 é caracterizada por automação pura, sendo o cargo mais citado na pesquisa. Embora a bioeconomia não tenha sido expressamente tratada como demanda pontual, entende-se que ela se fará presente com a melhor qualificação dos profissionais, tanto na transversalidade quanto na interdisciplinaridade da qualificação, quando poderão aplicar as melhores práticas produtivas do PIM à bioeconomia e afins.

As entidades promotoras da pesquisa, FIEAM, CIEAM e ABRH-AM, se anteciparam aos novos tempos com a iniciativa. As respectivas Comissões Setoriais das entidades entenderam que essas informações e demandas já circulavam cada vez mais no cotidiano das reuniões, debates e iniciativas conjuntas. A pesquisa, portanto, sistematizou aspirações, intuições e necessidades das empresas. Curiosamente, essa atmosfera já revela a expectativa da segurança jurídica em processo de consolidação da legislação ordinária da Reforma Tributária. Um novo tempo já espalha planos, metas e novas lutas na afirmação, reestruturação e ajustes da indústria da floresta, o Polo Industrial da Zona Franca de Manaus.

Educação é a base

Cabe ainda considerar que, além de buscar realinhar as ofertas das instituições de ensino às demandas do PIM, os líderes da indústria declararam a meta de tornar a nossa indústria competitiva não apenas pelos incentivos fiscais, mas também pela qualidade da mão de obra dos profissionais aqui formados. Isso somente será alcançado com a participação ativa na educação básica, no envolvimento integrado de educadores, investidores e gestores empresariais.

A Indústria 4.0 e a diversificação fabril em direção à floresta não são apenas tendências inevitáveis, mas também oportunidades de transformação econômica e social, a ser conquistada com envolvimento de seus respectivos atores e gestores. Para capitalizar esses avanços, é imprescindível investir em educação, inovação e parcerias que promovam o desenvolvimento sustentável e a inclusão social na Amazônia.

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