O Hino nacional, que se cantava nas escolas, no passado, significava e significa expressar o nosso respeito por um dos valorosos símbolos nacionais e amor à pátria, que, no primoroso conceito do grande mestre Rui Barbosa, pátria “é a família amplificada”. Por essa visão do imortal pensador brasileiro, quando cantamos o Hino da nossa pátria, estamos cantando o Hino que pertence a essa nossa “família amplificada”, à qual nos integramos, todos nós brasileiros, e não o Hino de uma corrente política que está no poder. Por isso que cantar o Hino nacional, em qualquer lugar, não faz mal a ninguém, pois, ao invés disso, faz bem aos nossos sentimentos de civismo e de orgulho por termos nascido em uma grande nação, que não tem culpa de ser vilipendiada, todo dia, por maus brasileiros e maus costumes lesivos à decência republicana. Mas não devemos pensar em lidar com o Hino nacional, misturando o seu conteúdo cívico com intenções ideológicas do governante do momento, como pretendeu o boliviano ministro da educação, do Brasil, Ricardo Vélez, que desejou dar ao ato cívico de cantar o Hino uma utilização para propaganda pessoal, determinando aos alunos e professores que terminassem de cantar o hino, acrescentando a frase, “o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”.
Ora, eu fui eleitor do presidente Bolsonaro, não me arrependo, mas não posso concordar com isso. Ainda bem que o ministro da educação, importado da Bolívia, naturalizado brasileiro, usou o bom senso e a razão, para desistir dessa idéia estapafúrdia, porque se insistisse nela, estariam ele e o presidente incorrendo em grave lesão ao princípio constitucional da impessoalidade, que veda propaganda pessoal do gestor público. O Hino nacional deve ser cantado, sim, nas escolas e em quaisquer lugares onde se mostre necessário os brasileiros demonstrarem a sua brasilidade. Mas sem emenda na letra do texto original. Nada de complementação ideológica com a tendência do pensamento político do governo do momento. O Hino nacional é um patrimônio cívico, cultural e histórico do país e não pertence ao governo do momento, para usá-lo com oportunismo ideológico-político, nem de direita, nem de esquerda ou de centro, como são divididas as facções criminosas que atuam na política, com o nome de partidos políticos, exceto alguns que ainda têm políticos sérios e honestos na militância partidária.
Na nossa infância, nos primeiros bancos escolares, sentíamos grande emoção em cantar o Hino nacional na escola, que se unia a outras obrigações escolares e era uma extensão da educação que recebíamos dos nossos pais em casa, que nos orientava para respeitar os mais velhos, não ficar como alguma coisa que não nos pertencesse, não adotar conduta agressiva a outrem, acompanhar-se de colegas de boa índole que respeitassem pai e mãe, irmãos e irmãs mais velhos, enfim, a educação doméstica, que falta muito nos dias de hoje, servia para construir um caráter virtuoso, na criança e no adolescente, para buscar um futuro de edificação moral e patriótica. Cantar o Hino, portanto, é uma boa e saudável prática de civismo e amor à pátria, e sem afetação ideológica, não faz mal a ninguém. Por isso, penso que devem as escolas restaurarem o hábito de cantarem o Hino Nacional, na comunidade escolar, incluindo alunos, professores e servidores, assim como hastearem a bandeira nacional, todo dia. Cantar o Hino nacional, só na época da copa do mundo, de quatro em quatro anos, é muito pouco. O Brasil não merece esse desapreço aos nossos símbolos nacionais da maior relevância, o Hino nacional e a bandeira brasileira, esta, nos últimos tempos, muito desrespeitada por aqueles que adotam bandeiras de cores inaceitáveis pelos brasileiros que amam a sua pátria, e querem vê-la e o seu povo, felizes, com as cores amarela, verde, azul e branco, que vêm dos momentos históricos da construção da construção da nacionalidade.
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