Para encontrar o melhor caminho para o CBA assentado na ideia da biotecnologia como base de um plano de desenvolvimento, tem que chamar o Dr. José Seixas Lourenço que tem uma ampla visão das amazonidades, conhecimento científico e a experiência de ter sido Reitor da Universidade Federal do Pará, Diretor do Museu Paraense Emilio Goeldi, Diretor do Inpa, Secretário de Coordenação da Amazônia no Ministério do Meio Ambiente, coordenador da transformação do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) em Organização (OTCA), coordenador do PPG-7 no MMA, do Probem, Diretor da Bioamazônia e Reitor da Universidade Federal de Santarém.
RESGATE HISTÓRICO,
O único Superintendente da Suframa que tentou fazer florescer o CBA foi Antônio Sérgio Martins de Mello, que convocou os instituidores da Bioamazônia para debater o soerguimento do Centro biotecnológico e talvez por isso tenha ficado apenas três meses no cargo (maio-agosto 1999). Os outros superintendentes sabe Deus por que razões ignoraram a enorme possibilidade de construção de um desenvolvimento substantivo para o Estado assentado na biomassa, com distribuição de riqueza e desenvolvimento social. Reafirmo veementemente, que o Probem e o CBA tiveram o apoio teórico de Armando Mendes, Aspásia Camargo, Bertha Becker, Jorge Guimarães, José Israel Vargas, José Seixas Lourenço entre outros, cujos curricula vitarum não encontra similares entre os “sábios” de última hora que ficaram do outro lado pelo menos nos últimos 13 anos.
SOLUÇÃO ALIENÍGENA.
A mídia noticiou no dia 09/07/2015 que um grupo do MDIC estava em Manaus para dizer para os deputados (prato feito) qual será o futuro do CBA, cujos destinos estão equivocadamente entregues ao Inmetro e à Suframa, com as entrevistas dos “sábios” sendo uma das coisas mais medíocres que a TV mostrou em todos os tempos.
MUDAR O CENÁRIO.
É preciso mudar o cenário que onde figura, p. ex., uma história (recente) que me foi contada por um amigo, dono de uma pequena empresa de construção, que pretende resgatar a arquiterura ecológica aqui introduzida por Severiano Mario Porto. Disse-me ele que procurou o atual diretor do Inpa (alguem o conhece?) que disse não ter o instituto muita coisa para mostrar. Sugeri ao meu amigo que procurasse o Dr. Estavão Monteiro de Paula que tem um conhecimento da instituição infinitamente superior ao do diretor e que ele poderia dar informação qualificada. Recomendei a leitura de uma publicação minha e do Dr. Efrem Gondim Ferreira – “Contribuições do Inpa para o desenvolvimento sustentável da Amazônia: produtos, propostas e atividades” (1998), e de vários livros e artigos científicos, em várias áreas do conhecimento. Essa história bisonha (= soldado inexperiente na tropa; recruta – Houaiss, 2009), deixa absolutamente evidente o quanto é ineficaz tentar reativar o CBA sem a participacão da inteligência amazônica na direção do Inpa, Uea, Ufam e Embrapa.
Por outro lado, a nomeação de um Diretor Técnico (“A Crítica” 09/07/2015, p. A3) é uma ação apenas inócua-burocrática, além de cheirar benefícios para a base aliada. Isso só poderia mesmo partir de um ministério (Mdic) cujo nome deixa claro ter pouco a contribuir, a não ser na configuração de um polo de bioindústrias se, e quando, for efetivado. Que saberes terá o diretor técnico para definir metas, prazos, a parte da biodiversidade que vai ser priorizada (plantas, animais, microrganismos?), destino dos royalties, titular(es) das patentes, remuneração do conhecimento tradicional, parcerias e acordos nacionais e internacionais na área científica como tecnológica? Como ele vai anular o histerismo bisonho das acusações de biopirataria?
Se o CBA se direcioanar para os fármacos, como vai competir com Cingapura, o maior centro mundial de biotecnologia voltado para a saude? Conta-se que cada medicamento desde a descoberta do princípio ativo e do organismo que o produz, até sua colocação no mercado, precisa de mais de 10 anos de pesquisa e um investimento de até US$1 bilhão. O Brasil aguenta esse tranco? Antes de decidir um organograma burocrático para o CBA é preciso definir um plano (medidas assentadas nas ciências da sustentabilidade – sustainables sciences), resgatar os trabalhos sobre distribuição geográfica das espécies para fazer um Zoneamento Ecológico Econômico correto, com esses elementos se tornando o alicerce dos polos de bioindústrias. Nesses muitos anos de inérciao que não faltou ao CBA foram diretores, gestores, etc.