Manaus, 18 de junho de 2025

Crônicas do Cotidiano: Pelo que está sendo dito, o Barão deu o golpe.

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De qual Barão estamos falando? E qual é o Golpe do qual vamos falar? E o que está sendo dito? A confusão que a imprensa brasileira anda fazendo com o caso da Venezuela parece o prenúncio de alguma coisa que ainda não sabemos o que é, mas dá para apostar que é coisa da direita que não ousa dizer o seu nome. A extrema direita escracha logo, faz fake news em todo lugar. Mas a direita de colarinho branco não desce do salto: faz “notícia de bastidor”. É bastidor pra cá, bastidor pra lá. Nos jornais das televisões por assinatura temos um elenco de “palpiteiros”, coadjuvados por plantonistas de corredor das instituições a municiá-los com falsas notícias ou de braços dados com comentaristas de cartas marcadas, prontos para colocar fogo nos telespectadores. Nos grandes jornais, um batalhão de articulistas expressa sem pejo os seus absurdos cobrindo de tinta o papel-jornal. Há casos de tapas virtuais trocados entre comentaristas de olhos esbugalhados, dando “o seu melhor” e fazendo aquilo que “o patrão mandou”.

Ainda não é possível substituir a grande mídia por outros meios ditos livres ou mais confiáveis quanto à informação, à notícia e à opinião dos comentaristas e especialistas em assuntos complexos. Não sou daqueles que se gabam de não ver televisão. Eu assisto, zapeio, observo, leio aqui, leio ali e discuto comigo mesmo, me zango e me revolto pelo pouco que posso fazer, se é que vale alguma coisa que sobre isso eu faça. Minha vida foi estudar a comunicação humana e os meios para potencializá-la; e, dos meios de comunicação, guardo a esperança de servirem à liberdade, ao esclarecimento das coisas do mundo, para que se viva melhor. É ingenuidade? É! Existe uma forma ideal de verdade em nosso mundo que não esteja envolta na irrealidade dos múltiplos interesses dos grupos poderosos? Não! Esses grupos tomaram de assalto para si o mundo que nunca foi nosso, visto que uns dizem que é de deus, outros dos mais espertos e outros dos mais violentos e, até, daqueles que se unem para ser tudo isso num bloco só de poder. O caso da Venezuela e o Brasil é exemplar: a mídia, copiando uns dos outros ou ouvindo as mesmas fontes viciadas, quer tomar o lugar do Itamaraty, o lugar do Chefe de Estado e ditar a sua vontade, como a única e verdadeira. Como tem vergonha de dizer que está apoiando incondicionalmente a “Direita Venezuelana”, esconde, também, o seu interesse maior que é desqualificar o Governo Brasileiro e, em especial, o Presidente da República ao imputar-lhe o papel ridículo de interventor irresponsável num problema que tem implicações diplomáticas, econômicas, políticas, ideológicas e humanitárias. Como assertivamente ele não aceita esse papel, batem impiedosamente, por todos os lados. Inventou e insiste com veemência que o Partido Político ao qual pertence o Presidente da República, ao dar como eleito Maduro, já expressou a opinião do Governo, o que é mentira. Numa democracia, mesmo que um partido detenha a maioria (o que não é o caso), ele não expressa o que pensa o governo. Agarram-se em declarações do Presidente para afirmar que é um néscio, ultrapassado e simpatizante de uma ideologia decrépita. O absurdo final, e aí é que entra o Barão do Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos Júnior (1845-1912), patrono da Diplomacia Brasileira (veja-se a Wikipedia) é uma tese ridícula: o PT falou o que não devia falar e colocou o país em risco; o Presidente é um fraco, não assume a sua responsabilidade como líder latino-americano; é um incompetente, não quer desagradar a esquerda chavista e não sabe somo agir em situações como esta; mas, o Ministério das Relações Exteriores (o Itamaraty), inspirado no Barão, está segurando a barra e buscando as soluções à revelia do Presidente. Para que isso estivesse acontecendo, seria preciso que aceitássemos o fato de que após a tentativa do Golpe de Estado fracassado, no 08 de janeiro, o Itamaraty assumiu o papel de Governo Paralelo, o mesmo que reconheceu o Juan Guaidó, Autoproclamado Presidente da Venezuela. Como poucos conhecem a direita venezuelana, não sabem que ela já pariu vários caudilhos que governaram o país com mão de ferro para manter seus privilégios. Maduro não age como socialista, é um autocrata disposto a tudo, partidário do tal “banho de sangue”, sustentado pelo poderio militar corrompido. Explora os que sofrem e pouco alcançam, apesar dos “petrodólares” retidos pelos países poderosos que lhe aplicam sanções!

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