Manaus, 31 de dezembro de 2025

Estrada Manaus – Itacoatiara

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*José Lins

“Estrada Manaus Itacoatiara”, obra de José Lins, é aqui republicada em série com a devida autorização gratuita do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Departamento de Gestão de Bibliotecas (DGB) e seu Centro de Documentação e Memória da Amazônia (CDMAM). A republicação tem fins exclusivamente históricos e culturais.

EDITADO PELO GOVÊRNO DO ESTADO DO AMAZONAS

Secretaria de Imprensa e Divulgação

Palácio Rio Negro

Continuação…

De 1930 а 1940

Em 1930, sucedeu a Ephigênio de Salles o Sr. Dorval Pôrto e, nessa mesma época, implantava-se no país um novo regime político, em consequência da revolução que veio modificar o panorama nacional. Dessa tomada de posição, aguardava-se que outros diretrizes fôssem traçadas para o bem da coletividade brasileira. Entretanto, registrou-se um verdadeiro esquecimento no que se refere a construção de estradas e essa omissão contribuiu para que, ainda hoje, exista, em nossa terra, a luto constante em busca de novos perspectivas para solução dos problemas que estrangulam a economia regional, ligados especialmente a comunicações e transportes.

As exposições governamentais dêsses dez anos, no Estado, pouco falaram sôbre o assunto. A imprensa, tanto falada como a escrita, por sua vez, abandonou o problema de um modo geral e, no particular, foi esquecida a estrada Manaus-ltacoatiara.

Em 1932, quando o então Presidente Getúlio Vargas visitou o nosso Estado, deslocou-se, de Itacoatiara para Manaus, uma comissão de senhoras chefiadas pela professôra Luiza Menezes de Vasconcelos Dias, com o objetivo de fazer chegar às mãos do Chefe da Nação um abaixo-assinado da população da Velha Serpa rogando medidas urgentes do União, no sentido de que fôsse construída a estrado ligando esta Capital àquela cidade do Médio Amazonas.

Oito anos depois, 1940, portanto, a “Revista Agronômica”, n.º 36, publicou um artigo do Professor Mário Ypiranga Monteiro sôbre a problemática do transporte no

Amazonas, em o qual se detêve no problema do transporte, mas no particular da ligação entre Manaus e Rio Branco. Esse trabalho intitulou-se “O problema do transporte no Amazonas – considerações em tôrno de uma iniciativa” No início do seu artigo, dizia o Professor Mário Ypiranga Monteiro:

– “O problema no Amazonas ficou ainda no período das divagações fantásticas, ao sabor dos comentários perfunctórios, sem solução nem estudo. Muitos, os elementos, estranhos à órbita administrativa, que, com carinho e civismo, apelaram para os governos, no sentido de lançar para o Amazonas um olhar de compaixão, amparando esta região tão rica contra debacle futura. Entretanto, ao silêncio do Capitólio não valeu a grito insistente dos gansos”.

E é só o que se pode apurar, a respeito, no período de 1930 0 1940.

Continua na próxima edição…

*O Professor Doutor José dos Santos Lins foi um importante educador e escritor amazonense, reconhecido por sua contribuição fundamental para o ensino e a literatura do Amazonas, especialmente na segunda metade do século XX.
Sua atuação se deu primariamente na docência, tendo sido consistentemente referido como Professor Doutor, indicando uma formação acadêmica de alto nível.
Sua obra mais notável é a “Seleta Literária do Amazonas”, publicada em 1966. Este livro se tornou um material didático essencial, servindo como uma importante compilação de textos para garantir que as novas gerações tivessem acesso e compreensão da história e da literatura regional do Amazonas.

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