“O que se espera e confia que assim será é a realização de uma verdadeira festa da democracia em meio de nós, que o povo escolha e que o eleito cumpra os compromissos assumidos.
Desde primeira eleição realizada na atual capital amazonense, em 1821, quando da escolha de deputados às Cortes de Lisboa, perpassando por todo o período do Império e das diversas fases da República, desde 1889 aos nossos dias, nenhuma das eleições municipais teve tão extensiva presença da Justiça Eleitoral criada em 1932 e consagrada na Constituição Federal de 1934
Essa presença se impôs, principalmente, pelo aparecimento de notícias falsas, inverídicas, postadas em redes sociais, tendentes a possibilitar o desequilíbrio do pleito, o que, em medida nenhuma, pode e deve ser permitido pela justiça por ser a base da legitimidade das eleições.
O que temos, apesar da aparente disputa ácida em várias capitais e cidades de grande porte onde se trava o segundo turno das eleições, é, nada mais nada menos do que a consagração do direito da população brasileira, inscrita como eleitora, escolher o seu principal líder, aquele que vai levar adiante políticas públicas de interesse superior da coletividade.
Nos tempos em que não foi possível levar a efeito esse exercício de livre escolha pelo voto direito e pessoal, intransferível, secreto e seguro, agora eletrônico, os governantes municipais, ainda que se empenhassem em realizações de porte e de valor coletivo, não expressavam a representatividade necessária a essa posição, e, por isso, nem sempre conseguiram realizar projetos e programas de longo prazo e que se transformassem em “política de Estado”, em lugar de ações de governo.
Em 1910, por exemplo, quando da primeira eleição de prefeito de Manaus, aquela que consagrou o senador Jorge de Moraes para o cargo, com pequena mobilização popular em reduzido número de eleitores, os resultados de seu governo, apesar do empenho que o médico e intelectual teve na sua administração não foram os que ele mesmo esperava, a ponto de, ao despedir-se do cargo, fazê-lo com cartas aos amigos e outra aos cães, para demonstrar o quanto alguns grupos partidários dificultaram a sua gestão.
Os governos municipais logo seguintes, como o de Basílio Franco de Sá, tiveram melhor sorte, até o desastre da oligarquia Rego Monteiro com a montagem de um governo à base familiar e sem responder a qualquer interesse comum, mas tão só a questões e projetos pessoais e de seu partido político, todo ele dirigido por seus familiares e amigos bem próximos.
O que ha de diferente, ainda mais, na presente eleição para prefeito é o grande número de eleitores se manifestando livremente nas urnas, em correspondência à elevada população, bastante diverso das eleições de 1910 assim como daquela de 1962 e até mesmo da realizada em 1985, seja porque a população cresceu, como porque a legislação eleitoral ampliou bastante a possibilidade dos jovens exercerem esse direito com a faculdade do voto do maior de 16 anos.
Em todo o caso o que se espera e confia que assim será é a realização de uma verdadeira festa da democracia em meio de nós, que o povo escolha com liberdade e critério e que o eleito cumpra os compromissos assumidos com a população.
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