Manaus, 28 de novembro de 2023

Herança imaterial

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Segundo um antiquíssimo provérbio chinês “existem duas coisas duráveis que podemos deixar aos nossos filhos: as raízes e as asas”.

Quando comecei a escrever o livro “Minha Herança”, que lanço oficialmente hoje, em encontro informal, vi que muito do eu havia escrito, em verdade, o fizera pensando na minha família, nos meus amigos, em todas as pessoas com quem convivi ou tive contato ao longo de vida. Pensando até, em quem, embora não conhecesse, imaginava estar passando por algum dilema, aflição, grandes ou pequenos problemas, aos quais todos nós, indistintamente, estamos sujeitos.

Logo vi, pelo retorno que tive aos textos que assino nas páginas do jornal A Crítica há 33 anos, que essas reflexões, reunidas em pequenas e modestas gotas de esperança, em forma de pensamentos, poderiam ser úteis, ganhar amplitude, alcançando novos corações precisados de uma palavra de carinho, de motivação, de prudência, de coragem, de resiliência, de tolerância, de amor, enfim, na forma, que nos ensinou o mestre Jesus, ainda que em pálido reflexo, porquanto ciente de minha pequenez.

Ao longo dessa trajetória cometi erros, aprendi com eles, passei por provações, arrependi-me de meus pecados, acertei também. Nunca, todavia, enfatizei ou me deixei tomar pelo lado ruim dos acontecimentos. Firme no que ensinava Machado de Assis, procurei tirar o maior bem do maior mal e, por isso, jamais deixei morrer os ideais de luz e de justiça que sempre, qualquer que fosse a circunstância, habitaram em meu peito.

Nunca busquei ou tive fortuna pessoal.  Deus me deu mais do que eu pedi ou do que mereci. Ele me salvou e poupou-me de sentimentos negativos, da inveja, do ódio, do ressentimento, agraciando-me, ainda por cima, com a bênção de ver a luz do outro, de ser um ajudador de meus irmãos de humanidade e de me conformar com a vontade que vem do Alto. Ele me fez entender, sobretudo, desde a minha mais tenra infância que o importante não é você possuir as coisas; é não ser possuído por elas. São as pessoas, os relacionamentos, os princípios, os valores, os afetos, tudo aquilo que não se pode ver ou tocar, mas que nos eleva espiritualmente, que têm valor! Ele me fez entender que é preciso sonhar, sonhar acordado e realizar boas coisas, ainda que o tempo seja escasso; que é preciso alimentar a esperança, mesmo num cenário de desolação; e que é preciso despertar para a maravilha de estar vivos e poder colaborar, com o máximo de nós, para a construção de um mundo melhor.

Durmo pouco, faço muitas coisas, mas não consigo me livrar da sensação de que tudo passa rápido demais e que é preciso ter pressa. Pressa em amar as pessoas, em evitar contendas. Não se pode perder tempo com malquerenças. A vida é mesmo um sopro…Encontrei, como já disse em outras ocasiões, a paz interior que, no meu entendimento, é o reino dos céus em nós. E é isso que eu tento compartilhar neste livro e no meu dia a dia.

Quero, por fim, agradecer a todos os que me honraram com seus generosos e carinhosos depoimentos nesta obra, muitos dos quais levaram-me às lágrimas. Quero agradecer aos amigos que, embora não figurem no livro, vou granjeando todos os dias. A Minha Herança não é ouro e nem é prata; são apenas duas coisas: o meu coração e vocês.

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