Manaus, 21 de novembro de 2024

Histórias esquecidas

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A cachoeira do Passarinho

A cachoeira do Passarinho fica no igarapé do Passarinho, afluente do rio Tarumã Açu, que com o tempo passou a ser conhecida como sendo a cachoeira do Tarumã Grande ou Cachoeira Baixa do Tarumã, em contraposição à cachoeira Alta do Tarumã, na realidade do Igarapé das Antas, mais adiante, na estrada.

Foi um local paradisíaco, como nos mostra a foto da segunda metade da década de 1920, talvez no momento da inauguração de um ponto turístico da cidade, ali localizado.

Essa foto foi publicada na capa da Revista da Associação Comercial do Amazonas, mostrando dezenas de pessoas em trajes de passeio da época, tendo ao fundo a floresta e a bela cachoeira, em época intermediária de vazante, pois na enchente, ela desaparecia. Também só se chegava lá, quando a estreita estrada então recentemente inaugurada estava transitável, no tempo sem chuvas de agosto e setembro.

Durante muito tempo foi um bom local de piqueniques (palavra hoje em desuso), mas não bem frequentado pelas famílias, que preferiam o Parque 10 ou os banhos particulares, por ser distante, sendo mais apropriado para as farras e bebedeiras, além do perigo da correnteza e das pedras.

Sua beleza foi cantada em prosa, verso e música, enquanto no seu estado natural. Depois foi invadida por dezenas de bares, restaurantes, dancings e motéis de 3ª categoria, sob o beneplácito de muitos. A expansão da cidade ao longo e até às nascentes do Igarapé do Passarinho, transformou-a em um esgoto ao céu aberto sujo e fedorento, os ossos do progresso desordenado.

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O igarapé do Passarinho, na década de 1920. Hoje poluído (Capa de revista da Associação Comercial do Amazonas)

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