Em 1527, D. João III mandou efetuar o primeiro censo demográfico, do qual resultou a informação da existência da população de 1.122.000 portugueses. Mas a partir daquela época, os navegadores portugueses assumiram o ideário de expandir a influência de Portugal “aos quatro cantos do mundo”, levando a língua junto, como nos relata o historiador Serafim da Silva Neto, no sua famosa obra História da Língua Portuguesa. Outro dado relevante nos informa que a língua portuguesa passou a ser falada por 250 milhões de pessoas em cinco séculos, saindo da faixa de pouco mais de um milhão de falantes, conforme o número demonstrado no senso demográfico de 1527.
Portando, aos descobridores portugueses creditamos também a expansão da língua. Torna-se visível atualmente na União Europeia um interesse na aprendizagem da língua de instituições e estudiosos, que pugnam por reconhecê-la como a segunda língua no território Europeu, incluindo nesses trabalhos o Instituto Camões, que sucedeu o Instituto de Cultura e Língua Portuguesa. O ensino da língua em vários países vem sendo colocado na perspectiva de torná-la a língua estrangeira de nível mundial. É o que se verifica em Macau, na esfera da Escola Superior de Línguas e Tradução e com o apoio do Instituto Politécnico, onde foram editados os manuais Português Global I, II e III, destinados ao ensino do português aos alunos chineses. Uma editora de Pequim se movimenta para reeditar esses manuais, para serem distribuídos em todo o território chinês, sob a coordenação do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau.
Um dado histórico interessante foi que se pensou no abandono da língua portuguesa quando Macau teve a sua administração transferida para a China, em 1999. Mas isso não aconteceu. Ao contrário o ensino do idioma invadiu várias universidades chinesas. São mais de trinta atualmente. A língua é ensinada em todos os níveis, de licenciatura, mestrado e doutorado em estudos portugueses. É curioso observar também os dados econômicos que são inerentes ao valor da língua portuguesa. O Instituto Camões de Portugal defende que o valor econômico da língua portuguesa representa 17% do PIB, e em termos globais o número de pessoas que falam o português geram um poder econômico equivalente a 4% da riqueza mundial. Nessa ótica, a língua tem mais valor quanto mais pessoas a utilizarem.
Na internet o uso da língua tem enorme expressão, segundo os dados divulgados pela Internet World Stats em 14/09/20010, apoiada pelo Observatório da Língua Portuguesa, com o seguinte quadro: o 1ᵒ lugar cabe ao inglês, com 536,6 milhões de utilizadores; o 2ᵒ lugar vai ao Chinês, com 444,9 milhões; o 3ᵒ lugar é ocupado pelo Espanhol, com 153,3 milhões; o 4ᵒ lugar corresponde ao Japonês, com 99,1 milhões; o 5ᵒ lugar é preenchido pelo Português, com 82,5 milhões. Se imaginarmos que esses dados são do ano de 2010, podemos concluir que os números atuais são maiores.
Convém destacar que o português é a terceira língua europeia mais falada do mundo, ficando atrás apenas do inglês e do espanhol. É compreensível, portanto, que a língua portuguesa não parou de ter aumentado o espaço mundial da sua utilização, sobre o que ainda temos muitos estudos para assimilar.
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