No artigo Continente Flutuante registramos aqui o descaso dos governantes em relação aos cuidados institucionais para a aplicação das políticas públicas na área ambiental, especialmente, na Amazônia, onde praticamente tudo está por fazer. Os órgãos e parte da justiça que deveriam fiscalizam a ação dos governos, geralmente, são frágeis ou fazem vistas grossas para tais cobranças que afetam todos nós. Mas a população tem uma parcela de culpa também.
O prazo para colocar em funcionamento os aterros sanitários controlados nas cidades expirou ano passado e a Terra não pode mais esperar. A maioria dos municípios brasileiros não cumpriu com as determinações dos órgãos que controlam o setor, “empurrando com a barriga” a construção desses espaços para frente. É uma irresponsabilidade coletiva que contribui para manchar a imagem da região. Onde está a Ética?
Na semana passada no “Programa do Jô” foi mostrada a imagem de um dos igarapés que serpenteiam Manaus e que corta o Bairro de São Jorge, no Prosamim. Que cena degradante nós proporcionamos para o Brasil! Será que é essa a imagem que desejamos que grude na opinião do povo brasileiro, após os habitantes proporcionaram um show de urbanidade e hospitalidade ao mundo por ocasião da realização da Copa do Mundo, nos jogos realizados na Arena da Amazônia?
Segundo a Prefeitura de Manaus, todo mês é gasto um milhão para limpar e desobstruir os cursos d’água. Recursos que deveriam ser investidos em Educação Ambiental são jogados na lama que a inconsciência governamental e coletiva transformou em verdadeiros esgotos a céu aberto, outrora balneáveis igarapés da capital. Inúmeros governantes cometeram crimes, mas nenhum responde ação na justiça, que aqui se apequenou.
O aterro sanitário é o exemplo mais gritante e que está próximo ao marco zero da Rodovia Manaus-Itacoatiara, em que o chorume destruiu o balneário Ponte da Bolívia, apesar dos reclamos da população, dos ambientalistas e dos cientistas que, inclusive, se recusaram a assinar o relatório, estando na linha das decolagens do aeroporto internacional. O odor é insuportável em determinadas épocas do ano.
Ainda na década de 70 havia vida em alguns deles. Atualmente, a maioria está poluída devido à inércia governamental, a inexistência da justiça e o analfabetismo ambiental da população. Pedrinho Ribeiro trabalha a sustentabilidade na composição que pertence ao movimento da MPBA – Música Popular Brasileira da Amazônia ao clamar em Igarapé dos Currais… Vem respirar peixe-boi! No entanto Silvino Santos, primeiro cineasta brasileiro, foi o pioneiro a denunciar o cenário de destruição dessas artérias, veias por onde corre o sangue contaminado da anatomia manauara que já entupiu o coração da cidade.
No próximo ano Manaus será palco de quatro partidas de futebol feminino dos Jogos Olímpicos do Brasil. Para essas partidas não virão somente atletas, mas dirigentes esportivos, jornalistas e mais torcedores do que no período da Copa do Mundo para ver o espetáculo rolar na Arena da Amazônia. Será que os recepcionaremos com uma imagem dessas?
A Velha Serpa foi um dos primeiros municípios brasileiros a elaborar uma lei ambiental que, inclusive, previa como santuário ecológico a Ilha do Risco, por ser berçário natural da reprodução de quelônios. O “risco” era delimitado pelo macho na praia para que a fêmea pudesse desovar… Mas a população pergunta ao prefeito: Cadê o dinheiro que tava aqui? para a construção do Aterro Municipal de Itacoatiara!
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Uma resposta
mandióca de fato não é aipim, aipim é macaxeira,
grande amigo José Raimundo