Poema recolhido da obra “Pedra Pintada (uma viagem à cidade da minha primeira infância)”, ainda inédita.
Banhos na rampa do mercado grande nas manhãs de sol,
ao largo boiavam as toras de madeira da serraria Araujo Costa,
dos olhos d’água abrolhava um fluido transparente
escorrendo entre os sulcos de argila colorida modelada com as mãos.
Nasciam pequenos bonecos de tabatinga
e animais formados dessa argila violeta, verde, branca,
araras concentradas nas barrancas do Amazonas turbulento
devorador de terra e transformador de paisagens.
Eu não queria saber de nada,
só queria pular n’água.
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