Manaus, 25 de março de 2025

Vultos da Medicina Amazonense

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*Aristóteles Comte de Alencar Filho

Os 100 primeiros médicos inscritos no Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas

Continuação …

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Doutor José Raimundo Franco de Sá, um dos médicos mais carismáticos do Amazonas. Exerceu a especialidade de oftalmologia, sendo um dos seus pioneiros. No livro “Meu Pai aos meus olhos” escrito por seu filho, o engenheiro Doutor Jorge Franco de Sá, podem ser encontrados detalhes curiosos e interessantes sobre sua vida.[6]

Doutor Franco de Sá iniciou seus estudos na Faculdade de Medicina da Bahia e, por motivos familiares, teve que se transferir para Recife onde concluiu seus estudos.

Retornou para Manaus em 17 de abril de 1939, tendo sido um dos pioneiros na moderna cirurgia de catarata no estado do Amazonas.

Profissional dedicado e humanista, atendia seus pacientes em seu consultório e realizava as cirurgias no Hospital da Beneficente Portuguesa do Amazonas. Doutor Franco de Sá sempre procurava manter-se atualizado em sua especialidade procurando novas técnicas cirúrgicas, participando de congressos médicos nacionais e internacionais. Publicou diversos trabalhos científicos em revistas médicas, principalmente sobre o Tracoma, doença que ajudou a controlar na cidade de Manaus.

Doutor Franco de Sá exerceu a função de Juiz do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, cargo que foi indicado fruto de sua conduta pessoal ilibada.

Recebeu várias homenagens e dentre elas a que empresta seu nome à uma instituição de saúde. Participou de várias associações de classe e foi um dos membros Fundadores do Conselho Regional de Medicina do Amazonas. Faleceu em Manaus, no dia 3 de outubro de 1998.

Congresso de Oftalmologia na cidade de Recife (PE), em 1949. Acervo da Família.

Carteira do CRM-AM onde Doutor Franco de Sá recebeu a inscrição n.º 2 Acervo da Família

Dr. João Veiga era médico cirurgião

Propaganda do doutor João Veiga no Jornal do Commercio em 12 de julho de 1940, Fonte: Biblioteca Nacional.

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Doutor Euzébio Rodrigues Cardoso exercia as especialidades de cirurgia, ginecologia e obstetrícia. Começou a atuar em Manaus, no início da década de 1950.

Ocupou diversos cargos de relevância na saúde pública do Amazonas. Segundo sua filha, a médica Ana Luíza Cardoso, seu pai gostava muito de viajar, onde via uma forma de adquirir cultura. Realizou diversas viagens com sua família por inúmeros países do mundo. Foi plantonista do Pronto-Socorro do Estado. Diretor da Maternidade Balbina Mestrinho nos anos de 1961-1962. No governo de Danilo Duarte de Mattos Areosa (1967-1971) exerceu o cargo de diretor do Hospital Getúlio Vargas. Nesse período, o secretário estadual de saúde era o Doutor José Leite Saraiva.

 

A solenidade de entrega de mais uma ambulância para o hospital Getúlio Vargas, dirigido pelo Doutor Euzébio Cardoso, poderá ser vista nas duas fotografias a seguir. O registro mostra o momento da entrega das chaves do veículo pelo Governador do Estado Danilo Areosa. Doutor Euzébio Cardoso está ao centro de branco.

 

Na edição de 16 de maio de 1962, do Jornal do Commercio, existe uma nota de agradecimento escrita pelo Doutor João Veiga ao Doutor Euzébio Cardoso, que por sua importância histórica, será transcrita abaixo:

Doutor Euzébio Rodrigue e sua equipe quando era Diretor do Hospital Getúlio Vargas, em 1968 Acervo da dra. Ana Luiza Cardoso.

Governador do Estado Danilo Areosa. Doutor Euzébio Cardoso ao centro de branco. Doutor José Leite Saraiva (à direita) de paletó com pasta branca na mão. Ano 1968. Acervo dra. Ana Luíza Cardoso.

AGRADECIMENTO

Ao meu prezado colega e amigo Dr. Euzébio Cardoso:

Quando as palavras perdem a significação, o homem se refugia no

seu coração, e pensa na humanidade.

Fui colhido pela fatalidade e o meu corpo sofreu. Isso, que em outros poderia ser um motivo trivial ou dramático, em mim me proporcionou uma dádiva inapagável: – eu tive a ventura de conviver com uma grande alma, com um médico em toda a extensão da palavra, com um colega que não honra somente a sua classe, mas é um baluarte de dignidade e fé para a espécie humana.

Foi você o colega que me acudiu num instante de dor, que poderia ter imprevisíveis consequências. Foi você quem alicerçou no meu coração um gesto que jamais se apagará de minha memória!

Sou grato à sua técnica, sou grato à sua solicitude, porém sou, acima de tudo, grato a Deus por ter-me feito conhecer, de perto, o que vale o seu caráter, o valor clínico, o seu espírito abnegado.

Deixo, aqui, com estas obscuras palavras, o meu profundo agradecimento, e o meu mais sentido reconhecimento a você, Euzébio Cardoso, e a todo pessoal da Beneficente Portuguesa, enfermeiros e serventes, ao seu auxiliar Dr. Jacob Assayag, e a essa figura inconfundível de carinho e de abnegação que é a Irmã Fidelis.

Todo seu, com admiração.

JOÃO VEIGA1

Doutor João Veiga, médico cirurgião, inscrito com o CRM-AM número 3, ao emitir essa nota de agradecimento demonstra sua gratidão pelos cuidados médicos recebidos por parte do Doutor Euzébio Cardoso. Provavelmente, submeteu-se a um procedimento cirúrgico aos 46 anos de idade, que era considerado como idoso, pois a expectativa de vida nessa época era de 51,35 anos. Portanto, Doutor Veiga entregou-se aos cuidados profissionais de um médico treze anos mais novo que ele, pois Doutor Euzébio contava com 33 anos de idade. Esse tipo de atitude e reconhecimento são cada vez mais raras de serem vistas.

1 JORNAL DO COMMERCIO, Manaus, 16 mai. 1962. Fonte: Biblioteca Nacional.

Continua na próxima edição…

*Médico cardiologista formado na Universidade do Amazonas. Doutor em Cardiologia pela Fac. Medicina da UNESP/ Botucatu. Fellow da Sociedade Europeia de Cardiologia. Membro da Academia Amazonense de Medicina e da Academia Amazonense de Letras, da qual é o atual presidente.

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