Manaus, 22 de novembro de 2024

Ritual de passagem

Compartilhe nas redes:

Celebrar é refletir e rever memórias, manter a tradição, respeitar o passado e alegrar-se com a comemoração no presente.  Tais momentos são elos importantes para a integração da nacionalidade, fazem explodir em nosso peito o preito de gratidão por aqueles que lutaram por um objetivo, nos legando um estado nacional moderno. Entre as características estão a soberania, o território, a língua etc.

No dia 5 de setembro celebramos a Elevação do Amazonas a categoria de província e Dia da Amazônia; e, 7, Dia da Independência no qual o sentimento de orgulho e pertença nos une e encanta a todos com demonstrações  de carinho que fazem aflorar o amor a  pátria-mãe, embora não tão bem amada por todos. Afinal a Sociedade deseja que seja governada por homens com Ética, respeitando-se  os princípios constitucionais,  nos procedimentos político e democrático para ascender ao poder.

O primeiro fato ocorre na Colônia,  quando o Amazonas, enfrentando  muitas dificuldades persegue os ideais da autonomia, desmembrando-se da  Província do Pará; a segunda, no mesmo dia, para que o mundo seja sensibilizado sobre a região como parte importante do planeta; e, a terceira, o  dia no qual refletimos sobre  o culto a pátria brasileira.  Essas datas remontam a acontecimentos que fazem os amazônidas orgulhosos de serem responsáveis por  uma região das mais emblemáticas tanto para o presente quanto para o futuro da Humanidade. No entanto ainda não compreendida pela totalidade da nação.

É uma semana que, para nós do Amazonas, tem triplo significado. No entanto, a realidade histórica para o povo de uma cidade que leva o nome de uma  pedra preciosa lembra que existe a data-mor a ser rememorada e, deste modo, resgatando o passado, passando a ter um brilho especial, conhecida como Semana do Amazonas, da Amazônia, do Brasil e com uma celebração de gala, a Semana de Itacoatiara. Afinal sua certidão de nascimento data de 8 de setembro de 1683, no Mataurá,  rio Madeira, dia de sol claro do  flamejante verão amazônico, amenizada pela brisa refrescante da floresta, naquele período.

Nasceu forte como um tigre amazônico sob o signo e a proteção da Virgem do Rosário, quando Jódoco Pérez, da Cia de Jesus oficiou a missa batismal no berço do “cacicado complexo” dos Iruri, sob o comando diplomático do Tuxaua Mamorini  que solenemente apresentou ao jesuíta, os principais das inúmeras etnias convidadas que eram vassalos da primeira, conforme o livro Fundação de Itacoatiara.

Foram vários dias de festas, sob as bênçãos da noite iluminada  pelo  Cruzeiro do Sul, comemorada  a base de alimentos os mais diversos, celebrada com a cerveja da floresta, misturada na alegria de  floreios dos sons das membitarará, anunciando o acontecimento para o mundo de então, daí o poder de criação do caboclo itacoatiarense para a música.  A Kabalah Hebraica ensina que seu atributo mais importante é: Deus punidor dos maus; sua definição na carta celeste é: Anjo da Libertação de um povo sofredor,  pertencente a hierarquia  conhecida como Dominações. Tem como características principais a maturidade em alguns momentos,  estando sob o poder do Príncipe Ierathel.  É inteligente ao passar por grandes provas, como rolo compressor,  destrói  os cruéis inquisidores politicamente.

Investigação minuciosa de décadas, consulta a especialistas, cruzamento de informações, participações em congressos, farta documentação buscada na biblioteca do Instituto dos Jesuítas, no Estado do Vaticano, em Roma, embasam  o historiador e acadêmico Francisco Gomes da Silva a compartilhar esses dados com os leitores, a população e os internautas.  Trabalho de persistência, no admirável esforço e no refazimento das energias ao pesquisar diuturnamente sobre o nascimento dessa pedra brilhante, encravada no interior da Amazônia.

Foi criado até um movimento para o reconhecimento da data, visto que a fundação dá-se quando da inauguração do núcleo inicial, pois assim é registrado o nascimento da maioria das cidades mundiais. O mais interessante é que a Câmara Municipal de Itacoatiara chamou um seminário para encaminhar, no dia 24 de abril deste ano,  um Projeto de Lei para oficializar a data de fundação. O historiador Antônio Loureiro,  pertencente a  Academia Amazonense de Letras, não podendo participar do evento, enviou uma carta alicerçando o fato histórico para aquela data que, inclusive,  já é de domínio popular desde algum tempo.

Consultado, o vereador Francisco Rosquilde (PT), opinou positivamente a respeito da data por entender que a fundação do núcleo oficializa fato, naqueles  8 de setembro,  pelo  superior da ordem religiosa, considerado o herói da conquista, provada por documentação histórica a respeito. Para o professor Carlos Barros, um dos coordenadores do movimento, desde há muito o escritor Francisco Gomes em suas palestras já debatia o tema, afirmando, por comprovação documental,  que Itacoatiara tem 332 anos. Diferentemente mesmo foi o posicionamento do presidente da Câmara, Dario Nunes que, não respondendo as perguntas, deu  a entender  que está em cima do muro, ou, então,  que está sofrendo pressão do Prefeito analfabeto, por que quinta coluna não existe neste caso. Se existe, já está  desmascarado…

Na Bíblia o Salmo para  quem nasce neste dia é o 119 em que nosso povo salmodiará o Senhor, contra o velho faraó, em uníssono e nestes termos : Livra-nos Senhor desses malfeitores, protege-nos contra esses homens corruptos eternamente. Porém a rogatória final é aquela em que o povo pede forças para não desistir da caminhada  clamando a Deus para vencer, vencer e vencer todos os inimigos, guardando as verdades no coração e, que deve ser complementada pelas leituras do Eclesiastes e pelo Livro de Sabedoria.

Os itacoatiarenses são gratos a todos os povos e benfeitores que, com tantas lutas e incompreensões,  nos legaram o berço onde nascemos.

Parabéns, Pedra Preciosa, pelos 332 anos de História!

Views: 17

Compartilhe nas redes:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

COLUNISTAS

COLABORADORES

Abrahim Baze

Alírio Marques