Manaus, 16 de setembro de 2024

Crônicas do cotidiano: Advento da Epifania.

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“Levanta-te, sê radiosa, eis a tua luz! A glória do Senhor se levanta sobre ti. Vê, a noite cobre a terra e a escuridão, os povos, mas sobre ti levanta-se o Senhor, a sua glória te ilumina. As nações se encaminharão a tua luz, e os reis, ao brilho de tua aurora. Levanta os olhos e olha à tua volta: todos se reúnem para vir a ti; teus filhos chegam de longe, e tuas filhas transportadas à garupa” (Isaías, 60, Bíblia Sagrada). É Natal e os versículos do Livro do Profeta Isaías cantam para o povo o mais belo poema de esperança. A esperança, independente da fé específica em um determinado credo, é um atributo humano que nos garante superar a dor, o sofrimento causado pelas desigualdades, a miséria humana gerada por nossos preconceitos e a euforia dos ricos de bens e pobres de espírito: um dia seremos todos iguais! O sentido do Natal é, portanto, a renovação de nossas esperanças. A leitura inteira de Isaías pode servir a muitos matizes; deduzo dela, apesar de uma teologia animadora dos poderes terrenos em algumas passagens, que o chamamento se completa ao conclamar: “aplainai o caminho do Senhor”! E se olharmos ao nosso redor, onde quer que estejamos, veremos os que sofrem, os que precisam de nós, os que esperam a misericórdia de Deus e, sobretudo, nesse momento, vemos, ainda, os brutos desumanos que aniquilam seus adversários com mísseis, com sua ganância, com o seu ódio, despudor e alma podre, recusando qualquer pedido de misericórdia. Aplainar significa fugir do erro, renunciar à maldade. Não precisa aspirar a salvação, bastaria a nós todos aspirarmos a bondade, e tudo seria diferente!

Chegamos também ao fim de mais um ano. Prenunciava-se um ano difícil, mas não tanto quanto foi. Essas forças estranhas, ocultas sob o manto da impunidade histórica ainda persistem. Elas se nutrem das iniquidades, das maldades humanas e do desejo infernal de perseguição aos que não fazem parte do seu modo de pensar e ver a vida. Estão em todos os cantos a exigirem, portanto, uma vigilância constante. Trouxemos, em nossas crônicas, vários problemas do nosso cotidiano à apreciação dos que nos acompanharam na leitura e reflexão, sempre primando pela modéstia e pela convicção de que a exposição sincera das ideias é a melhor forma de contribuir para o debate na esfera pública. Confesso que estou muito gratificado com a atenção recebida, até vaidoso, mas agradeço, tanto a cada um dos leitores aos quais enviei diretamente os textos produzidos, quanto aos Portais, Blogs e Páginas da Internet, que ampliaram a divulgação.

O sentido do exercício intelectual não se contenta com a vaidade ou convencimento. As pessoas esclarecidas sabem muito bem discernir as ideias e não precisam concordar ou discordar de imediato do que tomam conhecimento, seja na luta política diária, no exercício do trabalho ou mesmo no ócio merecido, mas não podem fugir ao debate, à reflexão e à tomada de posição que guie as suas ações na vida social; assim, cada um colabora como pode. A esperança inabalável num mundo melhor é nossa meta, o dia da grande comemoração! Sabemos, no entanto, que isso é quase impossível ao nosso viver, limitado pelo tempo. Porém, cada vez que conquistamos um pouco desse mundo melhor que é aspirado para nós e para os outros, alcançamos uma grande vitória. É por isso que continuamos envolvidos com o exercício intelectual, com a política, com a esperança e o amor ao próximo, em busca de uma Epifania. FELIZ NATAL E UM ANO NOVO CHEIO DE ESPERANÇAS PARA TODOS NÓS!

P.S. O cronista entrará em recesso, tanto para reanimar suas forças físicas e mentais, quanto para dar um tempo a todos vocês, esperando contar sempre com a generosa atenção de cada um, pelo que sou muito grato. Voltaremos na primeira semana de FEVEREIRO/2024.

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