Manaus, 19 de junho de 2025

Mais um ministério?

Mais um ministério
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O presidente Temer não tem a menor responsabilidade com o equilíbrio das contas públicas, que evita a desorganização da economia e a precarização dos indicadores sociais, estes com prejuízo sistêmico às camadas mais pobres da população. Com essa criação de novo ministério (da segurança), ele age na contramão de uma agenda orçamentária prioritária, que é diminuir o tamanho da máquina do estado, tratando, dentre outras necessidades, de reduzir a quantidade de ministérios. Somos um país subdesenvolvido, com uma população passando por extremas dificuldades econômicas e que tem o maior número de ministérios do mundo. Alguns ministérios têm funções que se assemelham às de outros, e que existem mais como cabide de empregos do que como entes de necessidade administrativa. O último ministério criado é dispensável, pois as suas funções poderiam ser executadas pelo ministério da justiça, que não faz nada, inclusive com um ministro preocupado só em proteger o presidente nos seus malfeitos. Se para cada assunto temático de gestão, houver um ministério, vamos ter 100 ou mais ministérios, o que seria um absurdo. Independente de existir ministério de segurança pública, o governo federal poderia reforçar aos estados os recursos para cuidarem do assunto, através do ministério da justiça. Só a mudança do nome do ente público não resolve o problema.

Lembram-se do ministério da desburocratização, criado no governo Sarney, que não resolveu o problema da perversa burocracia nacional naquela época? E hoje se reduziu o império dos carimbos nas repartições públicas, não pelo ministério desburocratizador, que não existe mais, mas pela tecnologia da informação de dados via internet, que é adotada nas repartições públicas, exceto nos pequenos municípios que não têm acesso à internet. Antes da nova tecnologia, vivíamos sob oimpério dos carimbos, que somado á indisposição e má vontade do servidor atendente, com exceções, colocavam o pedido do interessado num cenário de ansiedade sem fim e sem solução para aquele problema que pretendia resolver na repartição pública. Em primeira avaliação, penso que a concordância com outro ministério leva a discordar da necessidade fundamental de manter o equilíbrio fiscal, sob a regra de ouro a ser atendida pelo governo de que só deve gastar o que arrecada. O atual governo recebeu uma herança dos governos petistas, que hoje se constitui em tragédia econômica nacional, com um quadro de déficit monstruoso nas contas públicas.

Mas o presidente trabalha sempre para aumentar o déficit que recebeu das pedaladas da “presidenta inocenta”, e essa sua conduta é mais um fator de descrédito das suas supostas boas intenções que ainda não vemos na sua gestão. O governo pede sacrifícios ao povo para alcançarmos o ajuste fiscal, mas não faz a sua parte no sacrifício que lhe cabe. Penso que 20 ministérios para o governo administrar o país já estaria de bom tamanho a máquina pública. Mas entre ministérios e secretarias com status ministerial são mais de trinta, o que é um absurdo e brincar com o dinheiro dos impostos do contribuinte. Ainda está longe, o tempo em que o nosso país estará com as contas equilibradas, e até poderíamos sonhar com a redução dos impostos que pagamos ao governo, de forma extorsiva. E ainda teremos serviços públicos de boa qualidade.

Assim acontece em outros países civilizados no mundo, onde o povo até discorda de opções do governo, no campo político-ideológico, mas se sente satisfeito com os serviços que recebe como contraprestação aos impostos que paga. Aqui o povo, quase na sua unanimidade, discorda de tudo que o governo pratica, sobretudo nas práticas da corrupção descarada e cínica dos políticos de quase todos os partidos políticos. Do esquema da imensa corrupção só não participam alguns políticos de partidos nanicos, que ainda não negociaram o nome partidário ou aqueles partidos cujos processos de criação ainda estão em andamento. Todos os partidos hoje existentes que são mais de trinta, levam um vultoso valor a título de fundo partidário e fundo eleitoral, dos impostos que as pessoas pagam. Tudo isso é fator de desequilíbrio fiscal e orçamentário das contas públicas, que representa um prato cheio para aumentar impostos. É assim o Brasil. Até quando? Só Deus sabe, se não nos movimentarmos, no plano democrático e na hora do voto, para buscarmos a mudança.

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