Manaus, 23 de junho de 2025

Os frutos da esperança

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Continuação…

Sementes

As árvores dos bosques e as plantas dos jardins nascem das sementes. Mas isto é óbvio. O que não é óbvio é que para eclodirem e produzirem algo é preciso que sejam lançadas em terreno fértil e submetidas a cuidados especiais. É urgente que sejam aguadas com ternura e podadas com carinho. Senão simplesmente apodrecem e não se realizam no projeto das flores e na esperança dos frutos a que foram destinadas pelo criador do mundo. Há sementes que brotam com facilidade, mas há outras que carecem de muito esforço do plantador para germinar. Por isso é que aos jardineiros se requer paciência, exige-se perseverança, cobra-se pertinácia. Posto que toda semente, da mais forte à mais mofina, da mais extrovertida à mais tímida, guarda no cerne o mistério da vida.

Esse foi o primeiro sentimento que me assaltou ao ler as páginas deste livro dos Novos Talentos 2006. Trata-se de uma coletânea de inúmeros textos, verso e prosa, contos e poemas, realidade e ficção, escritos por meninas e meninos de 6 a 13 anos, frequentadores da segunda e oitava séries do Centro de Educação Integrado Martha Falcão.

O mais animador é que o projeto já vem se desenvolvendo há seis anos, sempre obtendo resultados surpreendentes. Os livros editados são em seguida estudados nas salas de aula a título de material paradidático, numa aproximação do criador com a criatura, isto é, do autor e o resultado de sua produção intelectual, fato que, em última instância, serve ainda como elemento de desmistificação do processo de criação literária. Pois escrever em forma de arte é expressar com raciocínio e sensibilidade o impulso a que nos movem os acontecimentos do dia a dia, os sentimentos e as emoções que nos acometem em todos os passos da nossa existência. Mas é preciso que o escritor não se descuide das regras da gramática, da correção do seu texto, da elegância da forma dos seus trabalhos, porque é de sua obrigação contribuir com uma pedra a mais na construção da beleza de sua língua, no caso a Língua Portuguesa.

Por fim o que tenho a dizer é que neste livro as sementes foram bem lançadas. Os jardineiros souberam tratar a terra com as águas colhidas nas fontes do amor, da solidariedade humana, da sabedoria generosa e na persistência com que se dedicaram a estimular a inteligência, acreditar no conhecimento e valorizar o saber.

As sementes floresceram e sem dúvida trarão bons frutos.

Parabéns!

Manaus, Chácara Lili, 16 de novembro de 2006.

Continua na próxima edição…

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