Manaus, 23 de junho de 2025

Amazonas: História, Mistérios e Heroísmo

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Recortes Pessoais

Continuação…

Capítulo 18

Manaus

Foto em preto e branco de torre de prédio

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Teatro Amazonas

A nossa cidade caminha para completar 355 anos em 2024. Sou filho de Manaus, caboclo da terra, nascido nas dependências da Santa Casa de Misericórdia. Aqui estudei, constitui família, trabalho e, não poderia ser diferente, sou apaixonado por tudo o que lhe diz respeito, quase um glebarista, não fosse a minha visão universalista, daqueles de que falava o grande Álvaro Maia.

ainda, cresci fascinado com as histórias de Ajuricaba, que resistiu heroicamente aos colonizadores; com a luta de frei José dos Santos Inocentes, difamado pelos ingleses, mas que prestou notáveis serviços ao Amazonas e ao Brasil; com a habilidade política de Tenreiro Aranha, primeiro presidente da Província do Amazonas; com a revolta de Ribeiro Júnior, o redentor, em face dos políticos corruptos; com a capacidade administrativa e o brilho do mais amazonense dos maranhenses, o ícone Eduardo Gonçalves Ribeiro; e com tantos outros, como Bernardo Cabral, que a seu modo e tempo, contribuíram de maneira inestimável para o bem e para o progresso de nossa terra. São muitos os nomes que assim procederam. Se fosse citar a todos certamente eu incorreria em imperdoável omissão.

Tive o privilégio, como já escrevi outro dia, de pegar Manaus ainda remanescente de seus tempos de luz e beleza, como também tive o dissabor de vê-la degradar-se paulatinamente, a pretexto de desenvolver-se. Vê-la crescer sem planejamento urbano por conta de invasões. Ver seus igarapés límpidos e sadios, do dia para noite tornarem-se lama e sujeira. Sentir, na pele, o aumento estúpido da temperatura, numa cidade que, paradoxalmente se encontra no coração da floresta amazônica. Observar, embora gritando por eles, os prédios históricos consumirem-se pelo descaso e pela ignorância de tantos gestores. Vê-la, enfim, refém de um modelo econômico, que não explorou as suas extraordinárias e valiosíssimas vocações regionais e que já se esgotou…

Apesar de tudo e de tudo a pesar, nós, amazonenses e manauaras, jamais dela iremos renunciar. Pelo contrário, devemos continuar batalhando pela sua melhoria, reivindicando aos homens públicos que façam o melhor que puderem para reconstruí-la dentro de parâmetros consentâneos com as suas potencialidades e que convirjam para o bem comum. Aliás, quando desejamos “parabéns”, estamos fazendo os melhores votos de que a data, no caso marco fundante da cidade, seja um recomeço, um reinício de todo o bem para ela, que respeitamos e amamos do fundo de nossos corações.

Eu acredito, piamente, que todos os homens e mulheres que, um dia, governaram Manaus, o fizeram com a melhor das intenções e dentro de suas possibilidades. Alguns não conseguiram e claudicaram. Vimos, porém, a história ensina, que não foi o suficiente. Ficou, sempre, faltando um pedaço, a visão, a antevisão, a construção continuada. A nossa esperança é que isso mude, agora, drasticamente. Que venham novos e melhores tempos.

Continua na próxima edição…

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