Manaus, 9 de dezembro de 2023

Edmundo Levy

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“Consumando sua paixão pela região de seu nascimento, escreveu. “A Amazônia no contexto Terra”. Esses estudos são importantes contribuições nos campos em que se concentram.

Faz tempo que tinha curiosidade de saber um pouco mais a respeito do político Edmundo Fernandes Levy, figura que integrou o grupo trabalhista no Amazonas, por vários anos, e, ao que tomei conhecimento, tinha uma das boas manias que me gratificam; de colecionador.

Nascido no seringal Bom Futuro, no dia 2 de junho de 1911, era filho de Henrique Cerf Levy e de Caroline Augusta Saboia Fernandes Levy, e, como muitos outros de sua geração, estudou no Ginásio Amazonense Pedro II e formou-se na Faculdade de Direito do Amazonas (1941). Após candidatar-se a Escola de Aviação Militar (1934). Foi funcionário público federal por concurso, desde escritório no 1939) oficial administrativo (1942), revisor do Diário Oficial e delegado regional do Trabalho desde 1941, em cuja posição se insere em meu estudo sobre trabalhismo no Amazonas que deverá ser publicado este ano.

Na política foi secretário de Estado do Interior e Justiça (1955), e, no campo partidário, disputou as eleições para deputado estadual (1947), foi suplente de deputado federal (1958) pelo Partido Social Trabalhista (PST) e suplente do senador Antovila Rodrigue Mourão Vieira pelo Partido Trabalhista Brasileira (PTB), Procurador do Ministério do Trabalho (1962), chegando a atuar com Almino Afonso no Ministério do Trabalho (1963), para, em seguida, assumir o mandato de Senador da República concluindo o mandato em 1971 e sem conseguir retornar ao legislativo nas novas eleições de 1970 e 1982, afastando-se da política.

Dentre sua herança estavam livros, hemeroteca farta e, especialmente, inúmeras coleções de fotografias, em sua maioria com anotações no verso de modo que não perdessem as referências históricas com o tempo. Suas lentes alcançavam a tudo e todos, locais, pessoas, plantações, reuniões, eventos e solenidades, parte da qual foi guardada por Mirtyl Levy Filho, figura excepcional de apaixonado pela arte principalmente pela opera que, certa feita, me enviou Inúmeras fotos de autoria do senador e outras tantas que ele próprio andou comprando, seja sobre Manaus, artistas de ópera e maestros, muitos dos quais atuaram em Manaus no período da “belle époque”.

Fico a imaginar a trabalheira que Edmundo dava a sua esposa, Lair Teixeira Mendes Fernandes Levy, e talvez a Seus seis filhos, para guardar, ordenar e preservar esse importante patrimônio documental que, ao mesmo tempo, registra sua paixão pela Amazônia.

Em meio a muito trabalho, embates da política, várias viagens e fotografias, Edmundo publicou livros como o de versos sob o título de “Folhas d´almas”, além de outros trabalhos dedicados aos estudos jurídicos como “Domicílio eleitoral” e “Os partidos políticos nas Constituições brasileiras”, dos quais me vali, recentemente, em aulas para pós-graduandos de Direito Eleitoral da Universidade Federal do Amazonas e da Escola Judiciaria Eleitoral. Além disso, consumando sua paixão pela região de seu nascimento, escreveu “A Amazônia no contexto Terra”. Esses estudos são importantes contribuições nos campos em que se concentram.

O que chama a atenção em Edmundo Fernandes Levy, entretanto, e motiva esse registro, é a paixão que nutria pela fotografia e a diversidade do acervo dessa natureza que entregou à posteridade e reclama registro em álbum que se torne público, em nome de boa memória da nossa história, ainda que sejam fotos simples, coisas do cotidiano, mas muitas delas remontam a passagens significativos da vida política econômica e social do Estado.

Esse fato motivo, inclusive, saber-se a quantas andam os colecionadores do século XXI, se é que ainda existem, porque parece ser démodé esse tipo de peixão.

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