A polpa do açaí tem recebido cada vez mais atenção no Amazonas e em todo o mundo. Hoje em dia o açaí é considerado uma superfruta, recebendo ainda o título de fruto mais completo do mundo de “ouro negro” devido aos seus componentes químicos.
O aumento no consumo e essas denominações tão positivas se devem ao avanço das pesquisas científicas sobre o açaí, que cada vez mais vem confirmando o que os povos amazônicos já sabiam: o forte potencial terapêutico desse fruto, rico em fibras, aminoácidos, vitaminas, antioxidantes e pobre em açúcares.
De nome científico Euterpe Olerácea, ou popularmente açaí, é o fruto de uma palmeira muito comum em áreas de planície e de inundações da região amazônica, com altura média entre 20 e 30 metros e múltiplas hastes que suportam em torno de 3 a 8 cachos de frutos, sendo que cada cacho pode apresentar até 900 frutos de açaí. Os frutos de açaí são de cor roxa a preta e de tamanho pequeno. O açaí contém uma semente que corresponde acerca de 85% do tamanho do fruto.
Segundo o IBGE, o Brasil produz cerca de 800 mil toneladas de açaí. O Estado do Pará é o principal produtor, com cerca de 50,8% da produção nacional seguido pelo Amazonas, representando 41,5% do total brasileiro. Cerca de 60% da produção é consumido na região Norte, 30% por outras regiões do Brasil e 10% segue para o mercado internacional, com destaque para Japão, Estados Unidos e Europa.
Muito antes de cair nas graças dos cientistas e da população de outras regiões do mundo, o fruto já era consumido principalmente pelas populações rurais da região amazônica. A tradição de consumir o açaí provavelmente foi herdada de grupos indígenas amazônicos, sendo consumido a qualquer hora, sob a forma de refrescos, sorvetes, com ou sem açúcar, por vezes engrossado com farinha d’água ou de tapioca. O açaí pode ainda acompanhar peixes, camarão seco e carnes, ocupando papel de destaque na culinária local.
Popularmente, pode-se dizer quer o açaí é considerado um alimento-remédio que é usado pela população contra problemas gastrointestinais, vermes, disfunções de coagulação, envelhecimento da pele e dos órgãos, anemias, anti-malária e como energético utilizando não somente o fruto, mas também a casca do tronco e folhas da palmeira.
O açaí também vem conquistando o mercado de estética e beleza, principalmente por ser fonte de antocianinas, substância presente também no vinho tinto, sendo o composto que confere a sua cor roxa. O açaí atua como um poderoso antioxidante, no combate aos radicais livres que causam o envelhecimento da pele. Assim, hoje o açaí é uma das estrelas mais promissoras da indústria mundial de cosméticos.
Vários estudos recentes vêm demonstrando os efeitos biológicos positivos do açaí. Devido principalmente à composição química deste fruto riquíssima em compostos que trazem benefícios à saúde como polifenóis, ácido oleico, palmítico e ômega 9.
Existem ainda pesquisas demonstrando o efeito anti-inflamatório e anti-câncer do açaí. As descrições iniciais quanto à atividade anti-inflamatória do açaí foram realizadas a partir de relatos científicos por parte da população que fazia consumo desse fruto por seu efeito contra a inflamação e também contra malária, o que mais tarde foi comprovado por estudos.
Adicionalmente, o açaí apresenta atividade de proteção do cérebro contra a doença de Alzheimer. O suco de açaí diminui a duração de convulsões em ratos e é capaz de prevenir danos no cérebro. Também possui 10-30 vezes mais antioxidantes que o vinho tinto; um ótimo equilíbrio entre gorduras insaturadas e fibras, que ajudam a proteger a saúde do coração e do aparelho digestivo, uma combinação perfeita de aminoácidos e minerais, fundamentais para a regeneração e desempenho muscular.
Enfim, o açaí é altamente energético e protege todo o organismo contra o desenvolvimento de doenças, afinal é o ouro negro da Amazônia.
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