Manaus, 30 de novembro de 2023

Histórias esquecidas

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Cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro

Durango Duarte - Planta da Cidade de Manáos

O Mapa que hora apresentamos foi feito pelo próprio Primeiro Presidente da Província do Amazonas, no ano de 1852, e publicado com o belíssimo Relatório que apresentou ao deixar o governo, naquele mesmo ano.

A cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, como então se chamava, pois só será denominada de Manáos, em 1856, possuía quatro bairros: a cidade, da ilha de São Vicente, onde estava o Hospital Militar até o igarapé do Espírito Santo, a Avenida Eduardo Ribeiro, depois de aterrado; Campina, ao longo do Caminho da Cachoeira Grande, hoje Avenida Epaminondas, até o inícioda atual Constantino Nery; República, entre os igarapés do Espirito Santo e o do Aterro, e do Caminho da Cachoeirinha, atual Avenida 7 de Setembro e Remédios, além do Igarapé do Aterro, sobre o qual foram construídas as Avenidas Floriano Peixoto e Getúlio Vargas, ao qual se tinha acesso por diversas pontes ou de catraia.

A primeira Matriz, fundada pelos carmelitas, em 1695, incendiara-se, a 2 de julho de 1850, tornando-se a igreja dos Remédios a Matriz provisória.

Em 1852, a Barra possuía 5081 habitantes, umas 1161 pessoas a mais do que no ano anterior, das quais 4749 livres e 332 escravas. Na Capital, funcionava uma tipografia, trinta e cinco lojas, duas padarias, uma botica, duas ferrarias, duas sapatarias, quatro cartórios, uma marcenaria, três alfaiatarias, uma ourivesaria. Existiam 89 casas telhadas, 122 palhoças, oito sobrados, três edifícios públicos e uma igreja.

O abastecimento de água era feito através de aguadeiros e escravos, que iam buscá-la no igarapé de Manaus. Também os dejetos humanos, recolhidos a noite, acabavam lançados, longe, no meio do rio Negro, como previa o Código Municipal de Posturas.

Ferreira Pena acabou com os enterros da Praça da Matriz, estabelecendo o cemitério dos Remédios. Mais tarde, em 1856, foi aberto o cemitério de São José, com o fechamento do anterior.

A 4 de setembro de 1856, a cidade da Barra do Rio Negro passou a denominar-se Manaus.

Dias Vieira determinou a reconstrução da ponte de Espírito Santo, concluiu a construção de um mercado, no Largo da Imperatriz e do Instituto de Educandos Artífices, origem do atual bairro de Educandos, levantou a torre da igreja dos Remédios e contratou com Francisco Fernandes, no Pará, a compra de 25 lampeões a gás, a 30$000 cada um, para a iluminação da cidade. O serviço foi inaugurado, a 7 de agosto de 1858, dois anos após a sua aquisição, quando chegou o gás necessário.

A 10 de junho de 1858, foi iniciada a construção da atual Matriz, com o preparo do terreno e, a 23 de julho, ainda daquele ano, foi lançada a sua pedra fundamental. A construção arrastou-se por quase 20 anos, sendo uma das principais preocupações dos governos provinciais.

Nota: O mapa deve ser uma cópia do publicado em 1852, pois desde 1848 e até 1856, o nome verdadeiro da cidade foi Cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro.

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