Eliezer Fernandes Farias. Nascido aos 14 de junho de 1929 e, portanto, prestes de completar 86 anos de idade, faleceu ao anoitecer do último sábado, dia 09 deste mês de maio. O desenlace fúnebre resultou de suicídio, gesto de desespero que deixou perplexo seus inúmeros amigos e admiradores. Vulto popular. Poeta, folclorista e carnavalesco. Homem de origem humilde, aos 10/12 anos de idade, premido pela necessidade de auxiliar seus pais no sustento da família, abandonou os estudos no 3º ano primário e passou a prestar serviços de variada natureza. À medida que avançava em idade e crescia em experiência, trabalhou em comércio, saboaria, como pintor e em usina de beneficiar borracha e castanha. Ainda foi auxiliar de farmacêutico, carroceiro e eletricista.
Alegre, descontraído, revelou-se sempre cortês e muito comunicativo. Integrou vários cordões de carnaval de rua, além dos grupos folclóricos Andorinhas e Marujos. Repentista e cantador de toadas, durante mais de 40 anos integrou os bumbás Brinquedinho (1941 e 1942), Dois de Ouro (de 1943 a 1945), Estrela, do bairro da Colônia (1945), Mineiro, (1946), Mina de Ouro (1946/1947), Teimosinho (1948/1950), Mineiro, da Colônia (1949), Mina de Ouro, do Fernando Lucas (1954), Tira Fama (1955/1960), Veludinho (1960), Caprichoso, dele próprio (1961), Caprichoso, do Valmirinho (vários anos), Pai do Campo (1992 a 1995) e Garantido (1996/1999) da Colônia.
Católico praticante, ao tempo do vigário padre Alcides Peixoto (1955 a 1960), fez parte da equipe de colaboradores da antiga Paróquia de Itacoatiara. Ao lado do Antoniquinho e de Paulino Nazaré era voz presente e muito ativo nos arraiais da Padroeira, Nossa Senhora de Nazaré, São Francisco e Divino Espírito Santo. Trabalho que prosseguiu após a criação da Prelazia (1963), tendo viajado diversas vezes ao interior do Município em companhia do padre e depois bispo, seu amigo dom Jorge Marskell.
Membro da Academia Itacoatiarense de Letras (AIL), eleito em dezembro/2010, também nos anos seguintes atuou como articulista do jornal “O Candiru”. Deixou vários trabalhos de poesia, inéditos. Antes de ser levado à sepultura, foi homenageado por seus confrades no recinto da AIL.