Manaus, 6 de dezembro de 2023

O improvisador popular da Pedra Pintada

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Há um mês, a Velha Serpa perdia um de seus últimos e emblemáticos artistas populares: Eliezer Farias Fernandes, popularmente reverenciado como ‘Seu Eliezer’ ou ‘Seu Eli’, o qual mantinha as características de cantador de toadas, compositor, repentista e contista.

Certamente, a Terra do poeta Elson Farias, que não posso afirmar ter parentesco com o improvisador, não deixará de ouvir o eco melodioso de suas composições, nem deixará de reconhecer no seu cotidiano simples a maciez de seu sotaque interiorano e ainda o jeito de traduzir a sua cultura.

Particularmente, guardarei os recortes de um tempo em que o contentamento preenchia as horas no terreiro de um Zé Barros (seu contemporâneo artístico) onde não apenas construíam suas odes a sua terra, mas especialmente também se dedicavam à maestria de fabricar seu principal instrumento musical: o maracá. Era uma festa! Daí ressoam os versos a seguir que um dia foram cantados em uma de suas últimas manifestações públicas em Itacoatiara:

 

“Lá no Arco do triunfo,

Numa noite enluarada,

Cheguei na Avenida Parque

Estava toda iluminada.

Fui na praça do folclore

Pra brincar no festival

Eu entrei na grande festa

Junto com meu pessoal.

 

Alô, meu povo,

Ó gente amada,

Vem brincar na Velha Serpa

Terra da Pedra Pintada.

 

Alô, meu povo,

Ó gente amada,

Vem brincar na Velha Serpa

Terra da Pedra Pintada.”

 

Eliezer Farias.

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3 respostas

  1. É realmente importantíssimo que se registre aquilo que fundamentou a origem das manifestações folclóricas em Itacoatiara. O jeito simples de compor suas toadas e de enxergar sua terra traça as características do homem oriundo do interior da Amazônia, misturado às culturas do nordeste que motivaram o nascimento, por exemplo, do boi-bumbá na região amazonense.

  2. É sempre bom saber que nosso poeta continua vivo através de seus versos. Nossa família agradece pelas homenagens e parabeniza a você também pelas pesquisas e relatos sobre historia de nossa cultura.
    Obrigado Salomão Barros!

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